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Após a libertação de Jaffa, Ricardo Coração de Leão só dispunha de dois mil homens, dos quais só cinquenta eram cavaleiros, aliás desmontados. A debilidade numérica inspirou aos turcos a esperança de tirar revanche.
Assim que o exército de Saladino conseguiu se recuperar em Yazour, ele percebeu a imensa vergonha do pânico do 1º de agosto.
Ele ficou sabendo que a pequena tropa de Ricardo, com uma louca despreocupação, acampava fora dos muros de Jaffa. Passar no sabre esses pedestres parecia fácil.
Na noite do 4 ao 5 de agosto, a cavalaria muçulmana se pôs em marcha sob a luz da lua em direção ao acampamento inglês.
Estourou uma disputa entre os mamelucos que atrasou um pouco a marcha, de maneira que quando eles chegaram diante do acampamento cristão já era de manhãzinha.
Um genovês que se afastara pelos campos viu brilhar as armaduras e deu a alarme. Acordados às pressas, Ricardo e os seus apenas tiveram tempo de pagar nas armas, alguns até tiveram que combater semi-nus.
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A promessa feita por Clóvis a Nosso Senhor Jesus Cristo nos campos de Toul — “Se me concederes a vitória, crerei em ti e me farei batizar” — precisava ser cumprida.
Clóvis estava disso consciente, e logo após dispersar sua tropa chamou um monge que vivia naquela região, a quem chamavam Vaast, e o encarregou de lhe ensinar a doutrina, que tinha já por verdadeira.
O santo homem atendeu ao pedido do soberano, confirmando seus ensinamentos com um retumbante milagre: a cura de um cego durante o percurso do séquito real de Clóvis até a cidade de Reims.
Chegando Clóvis a Reims, sua esposa Santa Clotilde providenciou que o grande São Remígio concluísse a catequese. Ouvindo a narração das atrocidades cometidas contra nosso Redentor em sua Paixão, Clóvis exclamou, num transporte de santa ira: “Ah, se eu estivesse lá com meus francos!”.
Tal alma não necessitava de maiores provas, e o bispo limitou-se a ensinar-lhe as verdades fundamentais da Fé.
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A breve distância da vila de Barcelos, nas faldas do Franqueira, alveja ao longe um convento de franciscanos. Aprazível é o sítio, sombreado de velhas árvores. Sentem-se ali o murmurar das águas e a bafagem suave do vento, harmonia da natureza, que quebra o silêncio daquela solidão — a qual, para nos servirmos de uma expressão de Frei Bernardo de Brito — com a saudade de seus horizontes parece encaminhar e chamar o espírito à contemplação das coisas celestes.
O monte que se alevanta ao pé do humilde convento é formoso, mas áspero e severo, como quase todos os montes do Minho. Da sua coroa descobre-se ao longe o mar, semelhante a mancha azul entornada na face da terra. O espectador colocado no cimo daquela eminência volta-se para um e outro lado, e as povoações e os rios, os prados e as fragas, os soutos e os pinhais apresentam-lhe o panorama variadíssimo que se descobre de qualquer ponto elevado da província de Entre-Douro e Minho.
Em 1296, o famoso William Wallace iniciou um levante popular e Bruce uniu-se a ele. Os ingleses revidaram tomando vários castelos importantes como Edimburgo e Berwick, e Wallace acabou sendo executado.
Robert Bruce tinha um temperamento duro, estava convencido que sua família tinha sido privada da coroa escocesa e era o campeão natural da nação escocesa. Fez-se coroar em 27 de março de 1306 em Scone.
Mas logo foi derrotado por uma pequena tropa inglesa em Methven, nos arredores de Perth. Ele fugiu e com um pequeno número de homens resolutos enfrentou as forças inglesas que o perseguiam, obtendo vitórias e sofrendo derrotas.
Bruce não se intimidou com os fracassos porque encarnou o espírito escocês que diz: “combater é uma grande coisa, realizar uma grande vida é ter participado de uma grande guerra. O homem alcança a plenitude quando ele é um herói e expõe a sua vida por uma causa justa. Ainda que seja ferido, que fique inválido, ainda que morra, em lutar e em ter sido corajoso eu me realizei”.
A guerra de independência durou de 1306 a 1314 e Bruce de chefe da guerrilha passou a líder nacional.
A situação de início não lhe foi favorável, pois o reino era assaltado pelas tropas inglesas e o norte da Escócia lhe era hostil.
Robert Bruce, medalha comemorativa
Mas em 1307 Bruce desembarcou perto de seu castelo de Turnberry, encontrando a área coberta de tropas inglesas. Porém, na colina de Loudon em Lanarkshire, ele os venceu tomando cavalos, e armas.
O rei inglês estava doente e tinha ordenado vencer Bruce, mas o exército não chegou à Escócia, porque o monarca morreu nos arredores do rio Solway amaldiçoando os escoceses.
Bruce foi recuperando castelo a castelo e em 1324 tinha todos os castelos da Escócia em suas mãos, exceto o de Stirling, último bastião inglês ao Norte.
Ele reuniu seu primeiro Parlamento e depois de suas grandes vitórias em 1310-1314 teve o controle do norte, dos castelos de Edimburgo e Roxburgh.
Bruce teve o apoio da Igreja e afinal derrotou em 1314 em Bannockburn o exército de Eduardo II que tentava perfurar o bloqueio ao castelo-fortaleza de Stirling.
A vitória foi espetacular. O exército inglês contava com 10 mil cavaleiros e 50 mil infantes, três vezes mais que Bruce.
A “Declaração de Arbroath” em 1320, reafirmou a independência da Escócia e o controvertido papa João XXII de Avignon reconheceu-o como rei da Escócia em 1322.
Robert invadiu ainda duas vezes a Inglaterra e fez guerras contra o rei Eduardo II e seu filho Eduardo III. Em 1328, os dois países assinaram o Tratado de York ou de Northampton, que reconhecia a independência da Escócia e o direito que tinha Bruce de nomear herdeiro ao trono.
Túmulo do rei Robert Bruce na abadia de Dunfermline
O herói morreu pouco depois. Ele fez mais pelo seu reino do que numerosos outros reis anteriores, pois uniu a Escócia constantemente dividida em guerras internas entre seus poderosos clãs familiares.
A partir dele, até chegar a desgraça do protestantismo, cessaram os conflitos de lealdade com o vizinho do Sul.
Foi graças a Bruce que a Escócia não desapareceu da história. Se Bruce não tivesse se empenhado na independência, muito provavelmente a Escócia não existiria hoje como país.
Correspondeu às seitas presbiteriana e anglicana entre outras, a péssima tarefa de rachar o país, prostra-lo moral e animicamente e entregar a coroa a uma rainha herética do sul.
Sinal do fundo do espírito do herói escocês: Bruce sempre quis partir em Cruzada contra os muçulmanos.
Quando morreu seu coração foi posto num cofre de prata e levado por Sir James Douglas, que se uniu às tropas do rei de Castela e morreu em luta contra os mouros.
Antes de morrer, jogou o cofrezinho com o coração de Robert Bruce no meio do alvoroço da batalha e gritou: “Vá adiante, coração valente, como sempre fez e eu o seguirei ou morrerei!” O cofre foi recuperado e voltou à Escócia. De alguma maneira seu catolicíssimo sonho se realizou!
Robert Bruce, estátua en Bannockburn
Bruce é lembrado como o Bom Rei Roberto e seu legado foi confirmar a Escócia não apenas como um reino mas uma nação.
Deixou o reino mais forte do que nunca, com Parlamentos regularmente convocados, impostos recolhidos, havia paz entre os magnatas e o serviço devido ao rei pelos barões regularizado e em ordem.
Mais ainda do que sua gloriosa participação na história escocesa, Bruce deixou – entre mil misérias pessoais – um ensinamento para seu povo:
“Se Deus existe, a gente enfrenta tudo por amor de Deus, por amor da causa católica, do país, e quando o país está empenhado na guerra a gente deve defende-lo com virtude católica. Então sim, a gente pode dizer: que beleza e que magnífica realização!”
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Robert Bruce VII, ou Robert I, rei da Escócia, nasceu nas terras ancestrais, provavelmente no castelo de Turnberry, em Ayrshire, em 11 de julho de 1274 e morreu em 7 de junho de 1329.
Ele foi conde de Carrick, tinha ascendência real, e foi coroado rei da Escócia em 1306 e está sepultado na Abadia de Dunfermline.
Ele foi um dos mais famosos e corajosos guerreiros de sua geração. Comandou os escoceses durante as Guerras de Independência Escocesa contra a Inglaterra.
Malgrado um temperamento difícil, Bruce encarnou a Escócia brumosa, montanhosa, dos aguardentes como o gin e o whisky, a Escócia dos lagos que mantém suas tradições, lendas e mitos no norte da Europa e da ilha britânica, um pouco longe dos grandes ventos da civilização.
Sua educação foi típica dos jovens nobres e cavaleiros da época, treinado nas artes cavalheirescas, na espada e na luta corporal.
Eles eram preparados para fazer a guerra num ambiente de proeza e de façanha. A façanha valia mais do que as temidas frechas e as incipientes armas de fogo.
De ali a importância para os guerreiros escoceses da gaita-de-fole que incute heroísmo se expondo às balas e mandando avançar.
Turnberry: do castelo onde nasceu só ficam ruínas
Nele convergiam a velha cultura gaélica e a nova anglo-normanda, que com raízes na França, vinha por meio da Inglaterra.
As casas reais da Escócia e da Inglaterra tinham um longo passado de parentesco.
Porém, a Escócia era vista como a irmã pobre da ilha, mais atrasada e rural do que a Inglaterra.
De jovem, Robert viajou muito entre as terras e castelos da família, Lochmaben em Annandale e Turnberry e Loch Doon em Carrick.
Mas, também passou temporadas nas terras inglesas, o que era comum, pois muitos lordes possuíam terras na nação vizinha.
Robert frequentou a corte de Eduardo I da Inglaterra desde muito jovem e lhe jurou fidelidade em 1296 enquanto conde de Carrick, seguindo o estilo feudal.
Era letrado e falava o latim, língua da Igreja Católica, o francês, falado na Corte da Inglaterra, e o gaélico escocês.
A Escócia foi um reino independente até 1286 quando morreu o rei Alexandre III deixando o trono vago.
Turnberry, reconstituição artística, por Andrew Spratt.
Houve disputas pela sucessão e, para preservar o trono e a ordem, os nobres escoceses e a Igreja Católica procuraram um sucessor e encontraram candidatos nas famílias dos Balliol e dos Bruces.
Então teve início uma longa briga pela sucessão.
A 17 de novembro de 1292, Eduardo I da Inglaterra favoreceu John Balliol que foi coroado com ampla pompa e falta de apoio dos Bruces.
Os conflitos entre os aliados dos Balliol e dos Bruces acenderam o pavio da guerra pela independência.
Eduardo I se viu obrigado a combater os Balliol, e os Bruces apoiaram, pois se recusavam a lutar pelo rei que julgavam ilegítimo.
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Após a conquista de Jaffa, o sentimento unanime do exército pedia empreender logo o sitio de Jerusalém.
Em três ocasiões o rei Ricardo chegou tão perto da Cidade Santa que acreditou-se terem voltado as horas maravilhosas de julho de 1099 quando os cruzados tomaram Jerusalém.
No dia de Natal de 1191 eles estavam a só vinte quilômetros da cidade sagrada. Naquele momento, relata Ambrósio, os soldados lustravam alegremente seus elmos, os doentes diziam-se sarados para ver eles também, a cúpula do Templo.
Porém para surpresa de todos, Ricardo deu meia volta. É que do ponto de vista estratégico as circunstancias não eram as mesmas da primeira cruzada.
Godofredo de Bouillon pôde iniciar com toda tranqüilidade o sítio de Jerusalém porque nenhum exército muçulmano viria a perturbar sua tarefa. Mas, para Ricardo as coisas não estavam no mesmo pé.
Saladino com um exército superior em número era dono das redondezas. Ele acompanhava de perto os movimentos de Ricardo e as tropas turcas dominavam o topo dos morros prestes a cair sobre a retaguarda da coluna franca se ela empreendia o assalto das muralhas de Jerusalém.
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Na terceira Cruzada, Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra, empreendeu a reconquista do litoral palestino desde São João de Acre até Ascalão.
A coluna franca, descendo de norte a sul, progredia ao longo da costa.
Ela era reabastecida em cada etapa pela frota cristã que tinha ficado senhora do mar.
O exército de Saladino fazia um movimento paralelo, mas do lado das colinas, procurando aproveitar a menor falha para acossar ou surpreender a Ricardo.
“A cavalaria e a infantaria dos Francos, escreve o cronista turco el-Imad, avançava pela praia, tendo o mar à sua direita e nosso exército à sua esquerda.
“A infantaria formava como que uma muralha em volta dos cavalos.
“Os homens estavam revestidos de casacos de feltro e cotas de malha de tal maneira fechadas que as flechas não podiam perfurá-los.
“Equipados com poderosas bestas, eles mantinham nossos cavaleiros à distância”.
O caid Behâ ed-Din conta ter visto um soldado franco que carregava até dez flechas encravadas nas costas de seu casaco sem ligar a mínima para o fato.
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No ano de 1273, o arcebispo de Colônia sagrava na catedral de Aquisgrana o imperador Rodolfo I de Habsburgo (1218-1291).
Terminada a cerimônia, o imperador, de cetro em punho, devia dar aos príncipes a investidura de seus domínios.
Como não foi possível encontrar logo o cetro, Rodolfo, tomando o crucifixo de prata do altar, disse:
“Esta é a bandeira d’Aquele que derramou todo o seu Sangue por nós; é o sinal da Redenção, fonte de paz e de todo o direito.
“Este será também o meu cetro contra os inimigos meus e os do império.”
Esta confissão de fé causou em todos grande impressão, aumentando a veneração pelo imperador, a quem Deus concedeu um reinado próspero e afortunado sob a proteção da Cruz.
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Carlos VII rei da França, em 1453, fez aliança com o povo helvético. O acordo foi renovado em 1474 por Luís XI, que tinha ficado admirado em Basiléia pela resistência da Suíça contra um adversário vinte vezes superior.
Luís XI alistou suíços como instrutores para o exército francês. O rei da Espanha fez a mesma coisa. Os suíços foram descritos por Guicciardini como “o nervo e a esperança de um exército”. Em 1495 o rei francês teve a vida salva graças à firmeza inabalável de sua infantaria suíça.
Os guardas suíços continuavam, entretanto, submissos às autoridades de seus cantões natais, verdadeiros proprietários destas tropas que se reservavam o direito de recolhê-las quando bem entendessem.
Os regimentos suíços eram corpos armados totalmente independentes. Tinham suas próprias regras, seus juízes e seus chefes.
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Mais de 900 anos atrás, lutou na Terra Santa um cavaleiro espanhol de nome Sancho Martín.
Pelos seus atos corajosos e suas roupas de cor marcante, os turcos o apelidaram de O Cavaleiro Verde.
A não confundir com o personagem fictício “Green Knight” do poema do Rei Arturo.
Agora, o livro “El Caballero Verde” com sua curta história, ganhou o Prêmio Narrativo da Cidade de Logroño, segundo noticiou o jornal espanhol “El Mundo”.
E aí começa o mistério. Fonte histórica de época alguma sabe dizer quem foi Sancho Martín.
Tal vez foi aragonês, navarro ou castelhano, pelo nome Sancho. As fontes árabes lhe atribuem origem em Castela, mas não se pode ter certeza.
Apareceu em Terra Santa, no início da Terceira Cruzada, após a perda de Jerusalém (1187) e quando só ficavam poucos enclaves cristãos na costa da Síria.
Tudo parecia perdido para os seguidores de Cristo, quando desceu de um navio um cavaleiro de bravura e liderança inigualada. Ele vestia todo de verde e ostentava uma cornadura de cervo em seu capacete.
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A Bem-aventurada Francisca de Amboise, viúva, foi filha dos príncipes de Talmont e viscondes de Thouars.
Ao lado de seu esposo, foi coroada duquesa de Bretanha.
Depois de viúva, professou na ordem do Carmo. (29 de maio de 1427 ‒ 4 de novembro de 1485).
Fundadora do primeiro convento de carmelitas da França. Morreu em Nantes no convento carmelita que também ela tinha fundado.
Foi beatificada pelo Papa Pio IX em 1863.
À medida que correm os tempos, o número de sacerdotes e clérigos santos vai diminuindo.
Mas diminui muito mais o número de príncipes e princesas santos.
Na Idade Média havia uma multidão de imperatrizes, reis, príncipes e princesas santos. Nos tempos modernos, nenhum foi canonizado. Nos tempos contemporâneos, um ou outro; muito raro.
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Anselmo II conde de Ostrevent, dito de Ribemont, e também Barbatus, possuia feudos que se estendiam pela Picardia (França) e Flandres (Bélgica).
Foi o porta-estandarte de Godofredo de Bouillon, e embaixador dos cruzados diante do Imperador de Bizâncio Alexis Comneno que fazia um jogo duplo com os turcos.
Quando os muçulmanos sitiaram os cruzados na cidade de Antioquia, Anselmo fez uma saída memorável de rara audácia que rompeu o cerco e permitiu aos francos montar a ofensiva que deu na derrota dos inimigos de Deus.
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Anselmo nasceu em Aosta, Itália, filho do nobre Gondulfo e da piedosa Ermenberga. Entregou-se cedo à virtude, tendo muito sucesso nos estudos.
Aos 15 anos já se preocupava com altas questões metafísicas e teológicas, e quis entrar num mosteiro. Mas os monges negaram-lhe a entrada, por medo de desagradar seu pai.
Não podendo ingressar na vida religiosa, Anselmo entregou-se gradualmente aos prazeres mundanos.
Com o falecimento de sua genitora seu pai tornou-se mal-humorado e violento.
Anselmo fugiu de casa. Vagou pela Itália e pela França, conheceu a fome e a fadiga, e chegou ao mosteiro de Bec, na França, onde havia a escola mais afamada do século XI, dirigida por seu famoso conterrâneo, Lanfranco.
Discípulo suplanta o mestre
Anselmo entregou-se então vorazmente ao estudo, esquecendo-se às vezes até das refeições e recreação.
“Seus progressos eram tão admiráveis quanto sua amabilidade, e logo foi tido como um prodígio de saber e seus condiscípulos creram que fazia milagres, por sua piedade e virtude”.
Apesar de todos seus sucessos, Anselmo tinha uma grande perplexidade: “Estou resolvido a fazer-me monge; mas, onde? Pois bem, far-me-ei monge onde possa pisotear minhas ambições, onde seja estimado menos que os demais, onde seja pisoteado por todos”.
Em Bec foi ordenado sacerdote em 1060. Em 1066 foi eleito Abade. Seu primeiro biógrafo, Eadmer, conta comovente cena ocorrida nessa ocasião, típica da Idade Média: o eleito abade prosterna-se diante de seus irmãos, pedindo-lhes com lágrimas que não o onerassem com aquele fardo, enquanto os irmãos, também prosternados, insistem com ele para que aceite o ofício.