Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Após a conquista de Jaffa, o sentimento unanime do exército pedia empreender logo o sitio de Jerusalém.
Em três ocasiões o rei Ricardo chegou tão perto da Cidade Santa que acreditou-se terem voltado as horas maravilhosas de julho de 1099 quando os cruzados tomaram Jerusalém.
No dia de Natal de 1191 eles estavam a só vinte quilômetros da cidade sagrada. Naquele momento, relata Ambrósio, os soldados lustravam alegremente seus elmos, os doentes diziam-se sarados para ver eles também, a cúpula do Templo.
Porém para surpresa de todos, Ricardo deu meia volta. É que do ponto de vista estratégico as circunstancias não eram as mesmas da primeira cruzada.
Godofredo de Bouillon pôde iniciar com toda tranqüilidade o sítio de Jerusalém porque nenhum exército muçulmano viria a perturbar sua tarefa. Mas, para Ricardo as coisas não estavam no mesmo pé.
Saladino com um exército superior em número era dono das redondezas. Ele acompanhava de perto os movimentos de Ricardo e as tropas turcas dominavam o topo dos morros prestes a cair sobre a retaguarda da coluna franca se ela empreendia o assalto das muralhas de Jerusalém.