quarta-feira, 31 de maio de 2017

Dom Sebastião, um rei virgem capaz de ressuscitar a Idade Média agonizante


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Dom Sebastião (1554-1578), rei de Portugal, foi com certeza uma figura da trans-esfera. Desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir, no norte da África, e julgou-se que haveria de voltar a qualquer momento, para continuar sua missão histórica.



“Para mim, o homem símbolo de Portugal é um nome que nunca pronuncio sem emoção, porque tenho a impressão de que sobre ele pousaram todas as graças para as quais Portugal era chamado: Dom Sebastião.

“Dom Sebastião tem aspectos por onde ele parece mais um anjo do que um homem.

“Qual é a figura que se encontra na História que, morta, deixa atrás de si uma lenda como a sebastianista?

“Os portugueses entenderam, nebulosamente, que aquilo não podia terminar assim, e ficou uma esperança de pé, de algo que viria, e que — por falta de expressão talvez — eles cometeram o erro de dizer que era Dom Sebastião que voltaria.

Mas era a confiança de que a obra começada com Dom Sebastião não terminaria e um dia recomeçaria.

“Portugal teve a nobreza de reconhecer em Dom Sebastião, o rei de seus sonhos.

“Como todas as outras nações da Europa, Portugal já começava a ser carunchado pelo Renascimento.

“Mas algo de fundamentalmente anti-renascentista florescia lá. E quando esse rei voltasse da África, com sua fronte aureolada pela glória de não sei quantas vitórias, depois de ter estendido o poder de Portugal pelo norte da África, no zênite da Europa brilharia um príncipe medieval.

“A honra da Cavalaria agonizante refulgiria de novo; a tese de que o poder temporal existe para o serviço do poder espiritual, resplandeceria de novo, e diante de um tipo humano magnífico empalideceriam os tipos humanos conspurcados que a Renascença aplaudia.

“Em Alcácer-Quibir havia um rei virgem, um modelo do varão católico, um modelo capaz de ressuscitar a Idade Média agonizante. Esse homem morre no desconhecido.

“Os portugueses sonharam com Dom Sebastião, mas para Portugal veio algo de incomparabilíssimamente mais alto: veio Nossa Senhora. Não veio o rei virgem, mas veio a Virgem das virgens.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Godofredo de Bouillon (II), “Duque e Defensor do Santo Sepulcro”

O encontro da Santa Lança
O encontro da Santa Lança
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






continuação do post anterior: Godofredo de Bouillon (I), “Duque e Defensor do Santo Sepulcro”



O encontro da lança de Longinus

Durante o cerco de Antioquia, com o inverno vieram as chuvas e as enfermidades, atingindo homens e animais. O exército cruzado ficou reduzido à metade.

A primavera trouxe uma melhora. Sobretudo devido a reforços vindos por mar, os cruzados conquistaram afinal a cidade.

Por pouco tempo, pois três dias depois os turcos voltaram com mais de 200 mil homens e cercaram Antioquia.

A fome e a doença abateram-se novamente sobre os cristãos agora sitiados. Foi quando um sacerdote da Provença, Pedro Bartolomeu, anunciou que Nosso Senhor lhe havia aparecido em sonhos e revelado onde estava enterrada a lança que atravessara seu peito adorável. Com efeito, junto ao altar da igreja de São Pedro encontraram uma lança.(9)