Mas o mouro não descansa. Quer manter a todo custo seus domínios na Península Ibérica, e convoca para isso contínuos reforços do norte da África. D. Afonso responde à altura, como um gigante infatigável e onipresente.
A promessa de Nosso Senhor cumpre-se a cada novo empreendimento. Em março de 1147, o Rei ataca o castelo de Santarém em poder dos infiéis.
Mortas as sentinelas, vencidas as resistências, abre-se a maciça porta de ferro aos cavaleiros portugueses. E há um momento de profunda beleza: no meio da torrente que se precipita para o interior do castelo, aureolado pelo clarão puro do sol nascente, D. Afonso reza de joelhos, dando graças a Deus, que lhe protegeu a empresa.
Nesse mesmo ano de 1147, com a ajuda decisiva de uma grande frota de cruzados alemães, franceses, ingleses e flamengos de retorno da Terra Santa, efetua-se, de julho a outubro, a laboriosa conquista de Lisboa.
Assédio longo e sangrento, com alternativas inúmeras, terrenos disputados palmo a palmo, mortíferos engenhos bélicos. Sintra, Almada e Palmela, ante a queda de Lisboa, entregam-se.
Anos depois, em 1158, cai Alcácer do Sal, praça que defende uma importante zona entre os rios Sado e Tejo. Em 1159, Évora, logo perdida; Beja, perdida também e, em 1162, retomada.
“Portugal alarga-se, talhado à espada sobre a decomposição do velho império almorávida. O prestígio de D. Afonso cresce, impõe-se, quer na península, quer além dela”.(9)