Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Também Santa Joana d'Arc é, por assim dizer, uma heroína da aquela realidade produto de nosso espírito onde habitam os homens-mito que personificam os valores que julgamos superiores, i. é, a trans-esfera.
Queira-se ou não, até hoje ela pesa no curso da História da França.
Portanto, a humilde donzela da batalha de Orleans, decorridos muitos séculos de sua morte, ainda comove os espíritos!
É muito bela a conjunção dessas duas virtudes: a castidade e o heroísmo.
O maior exemplo dessa conjunção nós temos em Santa Joana d'Arc, a virgem e guerreira heroica, nascida na Lorena.
A castidade é uma virtude cheia de delicadeza, cheia de fragilidade. A coragem é uma virtude cheia de fortaleza, cheia de intrepidez.
A junção desses opostos forma uma verdadeira maravilha.
São como duas partes de uma ogiva que se unem para formar um todo harmônico muito bonito.
Santa Joana d'Arc está numa posição em que ela é mais ou menos inatingível.
Se alguém quiser falar contra ela, nem todas as simpatias da mídia servem para atenuar a má impressão que esse indivíduo causa contra si.
Imagine que se fique sabendo que tal literato está escrevendo uma série de artigos contra Santa Joana d'Arc... está liquidado!
Escrever uma série de artigos contra Santo Inácio de Loyola, que eu admiro talvez mais do que Santa Joana d'Arc, isso não desdoura tanto o indivíduo.
Mas Santa Joana d'Arc, na sua couraça, com seu gonfalon Mon Dieu et Saint Denis, e com aquilo tudo, está nos páramos da inatingibilidade.
Ninguém pode lançar uma estocada contra ela sem se quebrar a si próprio.
São desígnios de Deus sobre as várias glórias terrenas post-mortem dos bem-aventurados.
Fonte: “A inocência primeva e a contemplação sacral do universo no pensamento de Plinio Corrêa de Oliveira”, Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, São Paulo, 2008.
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