Carlos Magno profeta da ordem temporal cristã |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Carlos Magno é a fórmula. Com inúmeras pessoas com quem eu fui tratando ao longo da vida, eu notei que o modo de se referirem a Carlos Magno tinha algo de profético.
Inclusive professores de História de curso secundário que pouco conheciam da vida dele e que falavam com mau-humor.
Mas, depois de dizer alguma coisa contra ele, alguma coisa os detinha e uma certa admiração lhes embargava a voz.
Eu dizia comigo: “O futuro está com esse homem, o futuro está com esse rei.”
E eu continuo nesta convicção de que Carlos Magno representa o futuro.
Quer dizer, o que significa isto?
Uma certa forma de grandeza, um certo ideal de grandeza, a convicção de que esse ideal tem um conteúdo de universalidade.
É uma grandeza que beneficia, mas também cobre a todos os povos sem exceção e que este ideal algum dia ainda ressuscitará.
Acho que há nisso algum auxílio da graça que toca a todas as pessoas que tratam do assunto Carlos Magno.
Se elas correspondem à graça, abre-se um qualquer foco de luz dentro de suas almas, mas esse foco de luz vem acompanhado de uma promessa do futuro.
Carlos Magno não é um caminho que se estancou, não é uma glória do passado que ficou parada num monumento de pedra.
Ela é uma luz que desce do Céu e que indica uma caminhada que deve continuar.
Nós devemos ter isto em vista, e que se bem que a Igreja não tenha canonizado Carlos Magno, entretanto há alguns fatos para tomar em consideração a esse respeito.
Primeiro lugar é que Carlos Magno na diocese de Aachen é considerado santo pela liturgia oficial da Igreja Católica na diocese de Aachen, que era a capital do seu império.
Carlos Magno: luz do Céu que ilumina a estrada do futuro |
Porque a Europa do tempo dele estava apertada entre duas tenazes: de um lado os bárbaros que vinham procedentes do oriente europeu, e de outro lado os árabes que vinham procedentes do sul europeu.
Eles queriam se encontrar e ao se encontrar destruir a obra de Carlos Magno.
O que era destruir a obra de Carlos Magno?
Era destruir a religião católica na fé, nas convicções, das almas que eles iam conquistar assim pela espada.
Então o papel da espada no apostolado de Carlos Magno foi um papel fundamental. Porque se sem a espada nada se faria e se foi com o auxílio da espada que tanta coisa se fez, é preciso bem dizer que ele é o santo da espada.
Há um ponto obscuro na vida de Carlos Magno: é um casamento que ele teve com uma princesa da Lombardia.
A enormidade dos pecados que lhe são assim atribuídos depõem contra a ideia de que isto seja verdadeiro.
Porque pecados tão enormes não impedirem que uma auréola verdadeira de venerabilidade, de santidade, tivesse cercado esse homem até nossos dias, de maneira a que os revolucionários mais exacerbados, mais duros, tributam, entretanto, uma admiração a ele, lhe prestam manifestações de respeito e falam dele com respeito.
Quando satanás se levantou contra Deus porque ele soube da criação do Verbo e soube que o Verbo nasceria de Maria Santíssima, nas palavras de revolta ele disse palavras de crítica que lhe valeram o esplêndido castigo que São Miguel Arcanjo lhe impôs para todo o sempre.
Tudo isso junto me leva a ter a esperança que se descubram documentos, venham à luz fatos que provem bem que ele foi São Carlos, o Grande.
Os senhores podem imaginar a nossa alegria expondo esses documentos à consideração de um Papa que resolva canonizá-lo e nossa alegria de assistir na Basílica de São Pedro, São Carlos, o Grande, elevado à culminância dos altares.
(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência pronunciada em 16/2/94. Sem revisão do autor)
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