Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
Em 711 os árabes muçulmanos invadem a Península Ibérica.
Enfrentando-os perde a vida o rei visigodo Don Rodrigo no campo de Guadalete.
Reagirá contra o domínio infiel o nobre Don Pelayo, colocando-se à frente de um grupo de valorosos asturianos.
Preparando-se os árabes, já em Espanha, para invadir a Gália gótica, tiveram notícia da revolta das Astúrias e enviaram contra esses revoltosos um exército bem preparado sob o comando do general Alcamar.
Don Pelayo preparou a resistência no monte Alzeba, onde os desfiladeiros tornavam possível uma reação por parte dos cristãos, em número realmente inferior aos atacantes.
Organiza seus homens e enquanto esperava dirigiu-se à Gruta de Covadonga para onde levara uma imagem da Santíssima Virgem, colocando-se sob a Sua proteção especial.
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
Brian Bórumha mac Cennétig (Brian filho de Kennedy), conhecido em inglês como Brian Boru (941 — 23 de Abril de 1014) nasceu perto de Killaloe, no moderno condado de Clare, na Irlanda.
Brian Boru em gaélico significa o dos tributos, pois tributou outros governantes menores da Irlanda para reconstruir os mosteiros e as bibliotecas destruídas pelas invasões dos Vikings.
Tornou-se rei de Munster em 976 e em 1002 ganhou o título de Grande Rei de toda a Irlanda (em inglês High King of All Ireland e em irlandês Árd Righ Gaidel Éirinn).
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
No lado externo da catedral de Viena, capital da Áustria, perto da entrada das catacumbas se encontra o chamado púlpito de São João de Capistrano coroado de glória.
É um conjunto que chama a atenção de todos os que passam por esse local central.
Na noite: catedral de Viena dedicada a Santo Estevão
Mas poucos explicam por que é que está do lado de fora da catedral um tão pomposo monumento que tem como peça central um púlpito.
Desde esse púlpito que outrora era o principal dentro da catedral, o santo capuchinho São João de Capistrano pregou a Cruzada em 1456 para repelir as invasões muçulmanas que se abatiam sobre a Europa Cristã.
O púlpito foi usado também pelo voivoda [título de nobreza para o defensor das fronteiras, equivalente ao de marquês] húngaro João Hunyadi, comandante das forças cruzadas que arengou os soldados para a difícil campanha militar que se avizinhava.
A estátua do santo está coroada por um sol com a inscrição IHS: Iesus Hominibus Salvator, Jesus Salvador dos Homens, feita no século XVIII.
O santo frade filho espiritual de São Francisco é apresentado esmagando um turco derrotado.
São João de Capistrano O.F.M. (1386 – 1456), foi cognominado O Guerreiro Franciscano de Belgrado.
Na vida e na morte de Jocelyn de Courtenay aparece o choque entre dos dois conceitos de vida que se opõem.
Um é o conceito segundo o qual a felicidade consiste em gozar a vida.
Outro é o conceito segundo o qual, nesta terra a felicidade consiste em ter conhecido o verdadeiro ideal e o ter servido heroicamente, com sacrifício, ainda que pesadíssimo. E com tanto mais alegria quanto mais pesado foi o sacrifício.
Os dois modos de ver se apartam diametralmente um do outro.
O segundo é de tal maneira grande, que é até incalculável. Tudo o que nós possamos excogitar, para nos dar um ideia do que é que pode ser a nossa felicidade no Céu, não é de nenhum modo suficiente para compreender o abismo de felicidade em que está imersa a última das almas do Céu.
Porque é uma felicidade completa. Tem graus, mas é completa. Para cada um ela é completa. O mesmo se pode dizer do inferno.
De maneira que do ponto de vista da mera vantagem, do prazer, do deleite, vale a pena servir a Deus, que é o Senhor de todo bem, de toda bondade e que tem meios de nos recompensar magnificamente.
O idealista é mais feliz morrendo na realização de uma grande obra, do que vivendo entre coisas secundárias
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
Jocelyn de Courtenay, ou Josselin II de Courtenay nasceu entre 1070 e 1075, foi para Terra Santa em 1101, onde morreu em 1131. Ele foi príncipe de Galileia e Tiberiades de 1113 a 1119 e conde de Edessa de 1119 a 1131.
Do livro Les Templiers, de Georges Bordonove tiramos a ficha seguinte sobre ele.
“Jocelyn de Courtenay foi senhor do Condado de Edessa, no limite norte do reinado latino de Jerusalém. Era neto dos Cruzados que conquistaram a Cidade Santa.
“Ao norte, o Condado de Edessa, havia sido invadido por um lugar-tenente de Reng, principal guerreiro muçulmano da época, perdendo seu velho senhor Jocelyn de Courtenay”.
“Esmagado pelo desabamento de uma torre que fora minada, Jocelyn foi retirado dos escombros todo desfeito. Em seguida os infiéis se precipitaram para cercar Faizum, residência do Patriarca de Edessa.
“Quase morrendo, Jocelyn se fez carregar para socorrer a fortaleza. E tal era o seu prestígio que, mesmo carregado numa liteira, ele amedrontou os turcos a ponto de fugirem diante de sua presença.
“Vencedor sem combate, Jocelyn rendeu graças a Deus, nestes termos dignos de uma canção de gesta:
‘Beau Sir Dieu– Belo Senhor Deus –, eu vos glorifico e agradeço como posso, por me terdes honrado tanto no século, principalmente agora, ao encerrar a minha vida.
‘Vós me sois tão misericordioso e magnânimo, que quisestes que de mim semi-morto e impotente, reduzido a uma carcaça que nem a si mesmo pode ajudar, os inimigos tivessem um tal pavor que não ousaram esperar no campo de batalha e fugiram todos por causa de minha chegada.
‘Beau Sir Dieu, eu bem sei que tudo isso prova a Vossa bondade e Vossa cortesia’.
“E tendo dito essas coisas, de todo coração recomendou-se a Deus e em seguida sua alma o deixou”.
Confrontando a posição desse homem e a mentalidade moderna nós compreenderemos tudo quanto de épico e de reluzente existe em seu espírito.
Josselin gravemente ferido conduz suas tropas em socorro de Faizum.
Iluminura do século XIII.
Ele foi um guerreiro de uma família feudal que era senhora de uma cidade na Terra Santa. Ele era descendente de Cruzados, lutou valentemente pela Santa Sé, e entretanto, as desgraças se acumularam sobre a família dele e sobre ele, uma em cima da outra.
A cidade da qual ele era senhor feudal foi invadida. Ele perdeu, portanto, esse ponto de apoio, essa fortuna, esse fator de prestígio.
Guerreiro, ele foi esmagado pelo desabamento de uma torre e foi reduzido a uma carcaça.
Ele poderia, segundo os padrões modernos, ter uma queixa de Deus. Porque ele poderia achar normal que Deus o premiasse na Terra.
E achar – aqui está o ponto sensível do problema – que o prêmio consistiria em ele viver na cidade dele, como senhor feudal, feliz, rico, tranquilo, sem guerras nem aborrecimentos, sem heroísmo nem provações, gozando a vida largamente, fazendo viagens, anexando outras terras por algum casamento lucrativo, fazendo negócios,. Enfim, levando uma vida burguesa.
Esse homem, pelo contrário, perde todas as coisas que representavam o regalo da vida burguesa ou da vida aristocrática com sabor burguês.
Ele é reduzido por um acidente glorioso ao longo de uma luta a uma carcaça, como ele diz.
Ele poderia ficar queixoso em relação a Deus. Entretanto, o que é que se dá?
Ação de graças do guerreiro que sente sua vida realizada
Ele era um grande guerreiro e um grande general. Pela sua fama os adversários várias vezes tinham fugido dele no campo de batalha.
Na última vez, sabem que ele é levado para o campo de batalha. E embora saibam que ele vai numa liteira e que ele não pode se mover, têm medo do ímpeto que ele comunica aos soldados, têm medo do talento guerreiro dele e, por causa disso, fogem.
Ele se considera realizado bem ao contrário do ideal burguês do homem de nosso século.
Mapa do Condado de Edessa, 1098-1131
E ele diz: “Meu Deus, eu tenho alegria de ter sido feito carcaça por amor a Vós. Vós me dais mais uma alegria, ó Deus: é de ter dado tanto medo nos meus inimigos que eles fogem todos.
“Simplesmente sabendo que esta pobre carcaça, que já não pode andar por si, esta pobre carcaça está no campo de batalha, os inimigos fogem!
“Meu Deus, como Vós fostes bom para mim! A minha vida atingiu seu objetivo: eu Vos servi como um herói. E a prova disso é que os Vossos inimigos têm medo de mim.
“Eu Vos agradeço, ó meu Deus, a Vossa bondade”.
E depois essa expressão deliciosa: “Eu Vos agradeço a Vossa cortesia!”
É delicioso esse conceito de Deus cortês, elegante, distinto para com sua criatura.
Tendo dito isso, ele assume a atitude do Nunc dimitis do velho Simeão:
“Agora chamai em paz o Vosso servo, porque a minha alma viu o meu Salvador”.
A alma não viu o Salvador, a alma viu a realização da vida que ele tinha querido ter na terra. Ele morreu, e sua alma foi para o Céu.
Um dos maiores empenhos que Isabel teve em seu reinado foi mover a guerra santa contra o invasor muçulmano.
Para esse empreendimento, obteve do Papa as mesmas indulgências de Cruzada concedidas aos que iam lutar na Terra Santa, tendo o Sumo Pontífice lhe enviado uma cruz de prata para ir à frente de seus exércitos.
Nas várias campanhas que encetou, e sobretudo na reconquista de Granada, Isabel arrebatava seus soldados por sua energia sobre-humana, senso do dever e espírito sobrenatural.
Estes “criam que ela era uma santa. Como Santa Joana d’Arc, sempre lhes recomendava viver honestamente e falar bem. Não havia nem blasfêmias nem obscenidades no acampamento onde ela se achava, e viam-se curtidos soldados ajoelhar-se para rezar, enquanto se celebrava a missa ao ar livre por ordem da piedosa rainha”.(7)
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
Muito foi escrito sobre esta soberana cujo processo de canonização está em andamento.
Seguem algumas pinceladas de sua extraordinária existência, ressaltando do seu aspecto guerreiro e espírito de cruzada, o que é possível transmitir num simples artigo.
Filha de João II, Rei de Castela, e sua segunda esposa, nasceu Isabel a 22 de abril de 1451 na pequena cidade de Madrigal das Altas Torres.
Aquela que seria a última mulher cruzada descendia, tanto pelo lado paterno quanto pelo materno, de dois reis santos e cruzados: São Luís IX, da França, e seu primo São Fernando III, de Castela.
Falecendo o pai quando sua idade era pouco mais de três anos, foi educada piedosamente pela mãe, juntamente com seu irmão menor Afonso.
“Bordava telas e casulas, costurava roupas para os pobres, aprendia a fiar como as mulheres do povo. Tecia sedas, urdia e confeccionava tapetes com assombrosa habilidade”.(1)
Aos 11 anos foi levada com Afonso por Henrique IV, seu meio-irmão, para a corte castelhana, considerada então a mais corrompida da Europa.
Na corte castelhana, dois partidos em disputa
Na corte castelhana, “a princesinha estudava música, pintura, poesia, costura e gramática. Cada dia passava muito tempo em oração pedindo a Deus que os guardasse, a ela e a Afonso, livres de todo pecado; e especialmente invocava a Bem-aventurada Virgem, São João Evangelista e o apóstolo São Tiago, patrono de Castela”.(2)
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
Também Santa Joana d'Arc é, por assim dizer, uma heroína da aquela realidade produto de nosso espírito onde habitam os homens-mito que personificam os valores que julgamos superiores, i. é, a trans-esfera.
Queira-se ou não, até hoje ela pesa no curso da História da França.
Portanto, a humilde donzela da batalha de Orleans, decorridos muitos séculos de sua morte, ainda comove os espíritos!
É muito bela a conjunção dessas duas virtudes: a castidade e o heroísmo.
O maior exemplo dessa conjunção nós temos em Santa Joana d'Arc, a virgem e guerreira heroica, nascida na Lorena.
A castidade é uma virtude cheia de delicadeza, cheia de fragilidade. A coragem é uma virtude cheia de fortaleza, cheia de intrepidez.
A junção desses opostos forma uma verdadeira maravilha.
São como duas partes de uma ogiva que se unem para formar um todo harmônico muito bonito.
Santa Joana d'Arc está numa posição em que ela é mais ou menos inatingível.
Se alguém quiser falar contra ela, nem todas as simpatias da mídia servem para atenuar a má impressão que esse indivíduo causa contra si.
Imagine que se fique sabendo que tal literato está escrevendo uma série de artigos contra Santa Joana d'Arc... está liquidado!
Escrever uma série de artigos contra Santo Inácio de Loyola, que eu admiro talvez mais do que Santa Joana d'Arc, isso não desdoura tanto o indivíduo.
Mas Santa Joana d'Arc, na sua couraça, com seu gonfalonMon Dieu et Saint Denis, e com aquilo tudo, está nos páramos da inatingibilidade.
Ninguém pode lançar uma estocada contra ela sem se quebrar a si próprio.
São desígnios de Deus sobre as várias glórias terrenas post-mortem dos bem-aventurados.
Fonte: “A inocência primeva e a contemplação sacral do universo no pensamento de Plinio Corrêa de Oliveira”, Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, São Paulo, 2008.
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
Todas as áreas de civilização têm seus homens-mito, que simbolizam certos traços de caráter e fatos que efetivamente não se deram na vida desses homens.
Em outras palavras, há um modo de ver o homem-mito que transcende o próprio homem.
Corresponde a uma concepção que freqüentemente se tem a respeito de pessoas que personificam o que elas simbolizam.
São pessoas que simbolizam uma realidade superior que é, por sua vez, um produto de nosso espírito.
Tal fato decorre da necessidade que sentimos da individuação ou personificação de certos princípios ou valores.
O homem-mito se situa, pois, numa esfera transcendente, uma super-esfera, da qual ele comunica aos homens a sua transcendência.
Essa transcendência é o mito. Então, a idéia de mito traz consigo a idéia de uma trans-esfera.
Em 1457, amargurou a Skanderbeg, o herói albanês, a defecção de seu sobrinho Hamsa, que se uniu aos implacáveis inimigos da fé e sequazes do Islã.
Naquele ano, o sobrinho renegado invadiu seu país, acompanhado do general turco Isabeg com numeroso exército. Skanderbeg tinha para defendê-lo apenas 12 mil homens. Por isso, não enfrentou diretamente o inimigo, mas procurou atraí-lo para lugares isolados.
Em 2 de setembro desse ano, Skanderbeg, num combate sangrento, obteve a vitória nos arredores de Tomorniza, surpreendendo o exército turco enquanto este se entregava ao repouso.
Mais de 15 mil turcos foram mortos e 1500 feitos prisioneiros, entre eles o renegado Hamsa, a quem Skanderbeg poupou a vida, mas enviou-o a Nápoles para que estivesse preso com segurança.
Em carta de 17 de setembro de 1457, escreveu o Papa ao general albanês:
"Amado filho: perseverai do mesmo modo no futuro, em defesa da Fé Católica, pois Deus, por quem pelejais, não abandonará sua causa; Ele vos dará, estou seguro disso, a vós e aos demais cristãos, junto com a maior glória e triunfo, a vitória sobre os malditos turcos e demais infiéis".(4)
O Sumo Pontífice mostrou seu júbilo pela vitória obtida, nomeando Skanderbeg Capitão General da Cúria na guerra contra os turcos.
Príncipe da Albânia, cognominado pelo Papa Calixto III de atleta de Cristo, "durante vinte e quatro anos inteiros opôs vitoriosa resistência aos exércitos turcos, com freqüência 10 a 20 vezes mais numerosos que o seu".(1)
Jorge era o mais novo dos filhos do Príncipe João Castriota, senhor de Ematie, na Albânia, e da Princesa sérvia Voizava, tendo nascido no ano de 1414.
Quando, em 1423, o sultão turco Amurath II invadiu a Albânia, o Príncipe João, para salvar o reino, não podendo pagar a vultosa soma que lhe era exigida como dano de guerra, precisou dar como reféns ao vencedor seus quatro filhos, Estanislau, Reposio, Constantino e Jorge.
Dos quatro, dois morreriam envenenados; um terceiro, retornando à Albânia, entraria num mosteiro; e somente o caçula, Jorge, tornar-se-ia um grande guerreiro.
Chegados à Turquia, os três mais velhos foram postos no calabouço, pois não estavam dispostos a renunciar à sua fé. Como Jorge tinha apenas nove anos e era de muito boa presença, foi circuncidado e educado no islamismo. Mas, em segredo, guardou a fé de seus pais.
Tanta era a estima que tinha por ele o sultão, devido às suas inatas qualidades, que fez com que lhe ensinassem o árabe, o turco, o eslavo e o italiano, além do exercício das armas.