Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Santo Odilon, abade de Cluny, foi exemplo de uma mobilidade e de uma resistência física pouco comuns. Viajava muito, com numerosa escolta.
Jamais deixou-se reter, nem pelas neves abundantes, nem pelas chuvas diluvianas, nem pelos rios transbordados.
É sempre ele que estimula sua tropa, submetendo-a às piores provas de coragem e de resistência.
Verdadeiro condutor de homens, ele o foi nas estradas tanto quanto nos claustros.
Ele o é ainda mais pela continuidade no esforço.
Não somente não se detém nunca, mas tem-se a impressão de que, ao longo de toda sua vida, ele persegue sua missão, imperturbável, quaisquer que sejam suas dificuldades, quaisquer que sejam as infelicidades dos tempos.
Capaz de defender seus direitos, sabe também fazer acomodações, a fim de e-vitar ressentimentos; renunciar por um tempo às suas pretensões legítimas, se julga mais útil contemporizar.
Sobressai nele ainda essa facilidade para se adaptar a cada um, qualquer que seja sua posição, o que Jotsaud considera uma característica da justiça, mas que é também habilidade e senso das realidades.
Este homem de princípios, que durante uma longa vida perseguiu fins precisos, soube entretanto conciliar todos os espíritos e guardar sua independência.
O escravo de Nossa Senhora
Quando era já adulto, entrou numa igreja dedicada à Mãe de Deus, para ali se consagrar a Nossa Senhora. Pôs-se diante de seu altar para a mancipation du col – quer dizer, ele passou uma corda no pescoço e pôs a extremidade sobre o altar – pronunciando a seguinte fórmula de mancipação:
“Ó terníssima Virgem e Mãe do Salvador de todos os séculos. A partir de hoje e para sempre, tomai-me a vosso serviço. A partir de agora, em todas as circunstâncias, sede minha misericordiosíssima advogada. Vinde sem cessar em meu auxílio. Com efeito, depois de Deus, não quero amar ninguém mais do que a vós. Com minha inteira vontade, como vosso próprio servo, entrego-me à vossa dominação”.
A morte, síntese de sua vida
Às Vésperas, os frades levaram seu leito diante do altar de Nossa Senhora. Achou ainda um resto de forças para impor os salmos: a emoção e a tristeza abatendo os religiosos, eles se enganam na salmódia, mas logo o santo retifica seus erros, e prossegue o canto.
Fica um momento a sós, em oração, após o Ofício, e depois é reconduzido à enfermaria. Ele preocupa-se com o que fazem os frades, porque era Sábado: temia que deixassem o lava-pés para uma hora muito avançada, pois a noite já caía.
Repousa um momento. Quando volta a si, está no fim. Sustentam-no sobre o leito, e logo sua cabeça se abate. Em seguida, preparam-no deitando-o no solo, sobre o cilício e a cinza, e acendendo os círios.
Ao grande rumor que fazem os monges, dando livre curso às suas penas, ele se levanta, faz sinal de silêncio e pergunta onde está. “Senhor, sobre a cinza e o cilício” – lhe dizem. Ao que ele responde: “Graças a Deus”.
Em seguida, pergunta se todos estão ali. Todos o assistem. Pronuncia palavras ininteligíveis, alternativamente cala-se e fala, lança um olhar terrível em direção ao Oriente, fixa seus olhos sobre a cruz. Sua face parece sorrir.
Enquanto seus lábios proferem em silêncio as palavras de uma última prece, sem nenhuma convulsão de seu corpo, sem manifestar a menor alteração na harmonia de sua alma, os olhos fechados, adormece em paz. Estava-se na primeira vigília do Domingo, 1º de janeiro.
(Fonte: resumo de Pe. P. Jardet, “Saint Odilon, abbé de Cluny ‒ Sa vie, son temps, ses oeuvres”, Imprimerie Emmanuel Vite, Lyon, 1898.)
Vídeo: Cluny, alma da Idade Média
Cluny: a “alma da Idade Média”
Como se vivia num mosteiro medieval, o exemplo de Cluny”
A Ordem de Cluny na História: quando os homens pareciam anjos
O grande papel de Cluny na formação da Idade Média
Cluny e a formação do espírito da Cavalaria
Elogio de São Gregório VII aos religiosos de Cluny – 1
Elogio de São Gregório VII aos religiosos de Cluny – 2
Santo Odon e as origens do mosteiro de Cluny
Abades santos governam Cluny quase 200 anos
A decadência de Cluny
Zelo pela tradição na arquitetura de Cluny
Em Cluny, história como alimento para as almas
A Sabedoria pondo ordem nos aspectos materiais da existência
Cluny na voz de um Papa contemporâneo
Vídeo: Cluny completou 1100 anos
Cluny e a origem da arte gótica
Cluny comemorou 1.100 anos envolto numa aura de veneração
Cluny, a Jerusalém celeste encarnada
Os mosteiros na Idade Média
Cluny: o “exército do Senhor”
Cluny: o “fasto” e a “hierarquia angélica”
Cluny, monges-guerreiros e “anjos do Apocalipse”
Cluny, como viviam os monges
São Bernardo: reação para segurar a queda de Cluny
A decadência de Cluny e o ocaso da Cristandade medieval
Santo Odon: resplandecente abade de Cluny
Santo Odilon, modelo das virtudes cluniacenses
Como se vivia num mosteiro medieval, o exemplo de Cluny”
A Ordem de Cluny na História: quando os homens pareciam anjos
O grande papel de Cluny na formação da Idade Média
Cluny e a formação do espírito da Cavalaria
Elogio de São Gregório VII aos religiosos de Cluny – 1
Elogio de São Gregório VII aos religiosos de Cluny – 2
Santo Odon e as origens do mosteiro de Cluny
Abades santos governam Cluny quase 200 anos
A decadência de Cluny
Zelo pela tradição na arquitetura de Cluny
Em Cluny, história como alimento para as almas
A Sabedoria pondo ordem nos aspectos materiais da existência
Cluny na voz de um Papa contemporâneo
Vídeo: Cluny completou 1100 anos
Cluny e a origem da arte gótica
Cluny comemorou 1.100 anos envolto numa aura de veneração
Cluny, a Jerusalém celeste encarnada
Os mosteiros na Idade Média
Cluny: o “exército do Senhor”
Cluny: o “fasto” e a “hierarquia angélica”
Cluny, monges-guerreiros e “anjos do Apocalipse”
Cluny, como viviam os monges
São Bernardo: reação para segurar a queda de Cluny
A decadência de Cluny e o ocaso da Cristandade medieval
Santo Odon: resplandecente abade de Cluny
Santo Odilon, modelo das virtudes cluniacenses
GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS ORAÇÕES CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Meu pai chamava-se Odilon, jamais cogitei a etimologia de seu nome até minha irmã descobrir este site, estou feliz em saber que um santo tem esse nome. Obrigada Google e obrigada santo Odilon na santa glória de Deus!
ResponderExcluirSugiro de São Odilon seja gestionado junto ao Vaticano para ser conderado padroeiro dos puros e justos da Marinha do Brasil.
ResponderExcluirEmocionante saber que o meu nome é exatamente igual ao do Santo! Que Deus o Proteja, Ampare e o Ilumine! Amém!
ResponderExcluirMuito lindo, nós todos devemos sair desta terra após ter feitos apenas o bem para com todos. Esse é o desejo de DEUS.
ResponderExcluirFico feliz em saber sobre o santo...sou de Porto Alegre rs. E me chamo Odilon..
ResponderExcluirGostaria de saber onde fica a igreja de santo Odilon..