São Lourenço de Brindisi com crucifixo à mão ordena atacar. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
continuação do post anterior: São Lourenço de Brindisi líder vitorioso contra os turcos invasores
O Pe. Rohrbacher continua:
“O frade opinou pelo ataque. E, pela segunda vez, assegurou à assembleia uma vitória completa.”
O que evidentemente transmitia uma certeza carismática.
Ele comunicou coragem, naturalmente.
“Tendo diminuído o temor com essa resposta decidiu-se começar a batalha e os soldados foram colocados em posição.”
Ou seja, foi a palavra dele que determinou isso que, humanamente falando, seria possivelmente ou provavelmente uma temeridade.
“Frei Lourenço, a cavalo, colocou-se na primeira linha revestido de seu hábito religioso.”
Não para combater, porque um sacerdote não derrama sangue mas é para estimular com sua presença. Quer dizer, para levar os outros ao combate, para levar os outros à luta.
“Então, elevando um Crucifixo que segurava, voltou-se para as tropas e falou-lhes com tanta força que eles não quiseram mais esperar o ataque dos turcos.”
São Lourenço de Brindisi, piedoso Doutor da Igreja
inflamou os exércitos católicos
e os levou à vitória contra os turcos invasores.
Isso é um orador! E isso é um orador sacro! Quantas vezes os senhores viram alguém, do alto de um púlpito, falar com esse fogo?
“Lançaram-se contra o inimigo com um valor incrível”.
Isso é o que ensina Dom Chautard na sua obra “A Alma de todo o Apostolado” aplicado a assuntos militares!
Em outros termos, se é um homem de Deus e se tem verdadeiramente vida interior, sua palavra pega fogo e move montanhas. Mas é preciso ser um homem de Deus! Aqui está a precedência da santidade sobre a vida ativa.
“Os turcos, de seu lado, os receberam com firmeza e o choque foi terrível. O irmão Lourenço foi, num momento, rodeado pelos infiéis”.
Os senhores já imaginaram a coragem de ir cavalgando na frente dos outros e sem armas? E, naturalmente, bradando: Avanço! Avanço!
Que atitude magnífica ver esse Capuchinho a cavalo e incentivando todo mundo para a guerra e continuando os seus sermões por meio de exclamações e, de repente, quase cercado pelos infiéis.
“Mas os coronéis Rossburg e Altaim, correndo para defendê-lo, arrancaram-no do perigo e o conjuraram a retirar-se, dizendo que lá não era seu lugar.
“‘Vós vos enganais’, respondeu-lhes em voz alta. ‘É aqui que eu devo estar. Avancemos, a vitória é nossa’.”
São Lourenço de Brindisi, O.F.M. Cap., Doutor da Igreja, estátua em Rovigo, Véneto, Itália. |
“Os cristãos recomeçaram a carga e o inimigo, tomado de terror, fugiu em todas as direções.”
Não tem comentários…!
“Essa batalha deu-se a 11 de outubro de 1611. Uma segunda batalha teve lugar a 14 do mesmo mês; seguida do mesmo sucesso. Os turcos retiraram-se para além do Danúbio após terem perdido trinta mil homens.
“Não se saberia exprimir os sentimentos de admiração que o irmão Lourenço havia inspirado aos generais e soldados.
“O duque de Mercoeur, que comandava sob o arquiduque, declarou que o santo religioso fizera mais nessa guerra do que todas as tropas juntas.”
É evidente que foi mesmo. E é um homem só. Mas um homem no qual está Deus. Aqui está a questão!
“E, depois de Deus e da Virgem Maria, era a ele que se deveria atribuir as duas vitórias conseguidas. Mais uma vez a Europa livrava-se da barbárie do infiel oriental”.
Os senhores podem imaginar o que seria a História do mundo se essas batalhas tivessem sido perdidas? Se as tropas tivessem chegado até Viena? Se tivessem chegado até Roma?
Com aquele pulular de protestantismo e de heresias por toda a Europa? Não podemos imaginar o que poderia ter sido…
Enfim, isso foi salvo por um homem de Deus que não teve medo de fazer dezoito mil homens derramarem o sangue abundantemente pela causa da Igreja. E o resultado magnífico aí está. Vamos nos recomendar, portanto, a ele.
(Autor: Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Transcrição de gravação de conferência em 21 de julho de 1966, mantendo o estilo verbal, não revista pelo autor).
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