Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
No transcurso da Cruzada em que Godofredo de Bouillon era um dos comandantes aconteceu o cerco de Antioquia.
Era inverno, vieram as chuvas, e as enfermidades atingiram homens e animais. O exército cruzado ficou reduzido à metade.
A primavera trouxe uma melhora. Sobretudo devido a reforços vindos por mar, os cruzados conquistaram afinal a cidade.
Por pouco tempo, pois três dias depois os turcos voltaram com mais de 200 mil homens e cercaram Antioquia.
A fome e a doença abateram-se novamente sobre os sitiados.
Foi quando um sacerdote da Provença, Pedro Bartolomeu, anunciou que Nosso Senhor lhe havia aparecido em sonhos e revelado onde estava enterrada a lança que atravessara seu peito adorável.
Com efeito, junto ao altar da igreja de São Pedro encontraram uma lança.
Esse fato sobrenatural deu novo ânimo aos cristãos que, tomados de entusiasmo, caíram sobre os muçulmanos, apesar da desproporção numérica.
Alguns afirmaram ter visto São Jorge conduzindo a batalha. Com a vitória, Boemundo estabeleceu-se como senhor de Antioquia.
O mesmo impulso poderia ter levado imediatamente à conquista da Cidade Santa. Mas o cansaço, a falta de cavalos, e sobretudo a contenda entre os príncipes cristãos, além de outra peste devastadora que ceifou a vida de 50 mil soldados, diminuíram em muito o número de cruzados que se dirigiram a Jerusalém.
A cidade estava fortificada e bem defendida por mais de 40 mil homens.
No dia 7 de junho de 1099 os cruzados a cercaram. Novamente todos os sofrimentos de um sítio prolongado, como a sede sob um sol abrasador de verão, castigaram os cavaleiros da Cruz.
Finalmente, “Godofredo viu no Monte das Oliveiras um homem com brilhante escudo: ‘São Jorge vem em nosso auxílio!’” — exclamou.
Entusiasmados, os guerreiros cristãos empurraram as torres de combate para junto das muralhas da cidade.
Estenderam pontes, e Godofredo foi um dos primeiros a saltar, correndo para abrir as portas.
O exército, como a enchente de um rio, penetrou na cidade.
“O sangue corria pelas escadas e chegava até as patas dos cavalos”. “Foi um juízo de Deus”, afirma o cronista Guilherme de Tyro, “que os que haviam profanado o Santuário do Senhor com ritos supersticiosos, e o haviam tirado do povo fiel, expiassem o crime com seu próprio sangue e extermínio”.
Depois os cruzados se lavaram, e com sentimentos de piedade foram andando pelos lugares santos, osculando-os “com grande devoção, humildade e coração contrito, entre soluços e lágrimas”.
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