quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cerimônia de partida de Vasco da Gama – 2

Vasco da Gama (Sines, c. 1460 ou 1468 ou 1469 — Cochim, Índia, 24 de Dezembro de 1524)
Vasco da Gama (Sines, 1460 ou 1468 ou 1469 — Cochim, Índia, 24.12.1524)

Foi escolhido para a partida o sábado, 8 de julho de 1497. Em 7 de julho, O Rei D. Manuel recebeu Vasco da Gama, capitão-mor da frota de quatro navios, e seus capitães em cerimônia solene.

Reunidos em torno do soberano estavam os mais importantes nobres e outros personagens da corte, incluindo os mais elevados membros do clero, todos adornados com os melhores trajes e atavios cerimoniais.

A multidão, dentro e do lado de fora, também estava engalanada, formando uma exuberante colcha de retalhos de vestuário.

Vasco da Gama e seu irmão mais velho, Paulo, o dedicado amigo deles, Nicolau Coelho, e outros altos oficiais da expedição, todos envergavam sua mais vistosa armadura.

Capacetes, peitorais e os punhos elaborados de suas espadas foram polidos até ganhar um lustro muito brilhante. Um por um foram levados à frente, apresentados ao Rei e à Corte, e ficaram em posição de sentido.

Em seu discurso, D. Manuel ressaltou que o propósito dessa busca [das Índias] era difundir a palavra de Jesus Cristo e com isso obter sua recompensa no Céu, e em acréscimo adquirir reinos e novos estados com muitas riquezas.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Epopéia das navegações portuguesas: eco da Idade Média – 1


As explorações portuguesas eram sempre movidas por mais do que império e especiarias, embora isso tenha se tornado a informação-padrão dos livros didáticos.

Os portugueses buscavam igualmente manter contato com bolsões de cristãos há muito perdidos que se sabia existir no Oriente, além de converter pagãos e colonizar novas terras; e, tanto quanto qualquer outra coisa, eram impelidos pelo desejo de conhecimento.

O custo foi enorme, em muitos sentidos incomensurável. “Deus deu aos portugueses um pequeno país como berço, mas o mundo todo como túmulo”, observou o padre Antonio Vieira.

Os oceanos do mundo podem, de fato, ser descritos como um vasto túmulo aquático de marinheiros portugueses.

Embora estivessem tecnicamente no Renascimento, seus corações e pensamentos ainda eram medievais.

Um capitão escreveu, observando a gente que vivia no Brasil – embora pudesse com a mesma facilidade ter dito o mesmo de todos aqueles com que os portugueses depararam – que “se nosso Senhor nos trouxe aqui, acredito que não foi sem propósito”.