terça-feira, 19 de outubro de 2021

Afonso de Albuquerque, arrancou Ormuz
da "ímpia e sórdida gentilidade" maometana

Afonso de Albuquerque, Heróis medievais
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Edificou o grande capitão Afonso de Albuquerque uma fortaleza em Ormuz.

Coje Atar, que governava em lugar de el-rei Ceifadim, tinha consentido na edificação, mais por medo do que por vontade.

Fez-se juntamente tributário a el-rei de Portugal em dezassete mil xerafins cada ano, e usou desta astúcia para divertir a obra e isentar-se do tributo.

Fingiu serem vindos os embaixadores de el-rei de Pérsia, a cobrar o tributo que costumava pagar-lhe, e enviou mensagem ao Albuquerque para que respondesse ele, visto que Ormuz se achava debaixo da vassalagem de el-rei de Portugal.

Suspeitou o Albuquerque o dolo, e disse que lhe remetesse os ditos embaixadores, ou quaisquer outras pessoas em seu nome, para levarem a resposta.

Mandou Coje as que pareceu, por sustentar o estratagema.

Albuquerque lhes encheu as mãos de balas, dardos, ferros de lanças e farpões de setas, e lhes disse: "Bem podeis assegurar lá como nesta moeda pagaremos o tributo, se quiserem vir cobrá-lo".

Não foi este o único rei tributário à soberania do império lusitano.

Outros 28 cetros reconheceram esta vassalagem, e dela podiam gloriar-se, como dizia Ovídio dos inimigos vencidos por Augusto: "Utque tuus gaudet miles, cum vicerit hostem. Sic cur se victum gaudeat hostis habet".

Ormuz: castelo português
Ormuz: castelo português
Bastava ser Ormuz de gente maometana para que, ainda precisa a próspera fortuna e grande valor do ínclito Albuquerque, fosse conquista e troféu das armas portuguesas.

Porque estas foram por Deus especialmente escolhidas para perseguição e estrago daquela ímpia e sórdida gentilidade.

E assim, enquanto os portugueses seguirem com justo direito esta vocação, podem esperar felicíssimo êxito de suas empresas.



(Autor: Padre Manuel Bernardes, "Nova Floresta" - Lello & Irmão, Porto, 1949)



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Um comentário:

  1. Pois é, Afonso foi um homem 'esperto' no seus atos, não no mal sentido da palavra, mas no sentido de inspirado(e conduzido) por Deus a fazer boas escolhas. Afinal de contas, se o mundo é dos espertos, resta-nos usar nossa 'esperteza' para o bem e por uma causa maior, tomando boas atitudes como Afonso. ;)

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